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LATE e Alzheimer: entenda as diferenças entre essas duas doenças que afetam a memória

idosa com Alzheimer

Quando pensamos em perda de memória em idosos, logo vem à mente a Doença de Alzheimer. No entanto, o Alzheimer não é a única causa de demência na terceira idade. Nos últimos anos, uma nova condição vem ganhando destaque no meio científico: o LATE, sigla para Limbic-predominant Age-related TDP-43 Encephalopathy. Embora pouco conhecida do público em geral, essa condição é muito mais comum do que se imaginava e frequentemente confundida com o Alzheimer.

Mas, afinal, o que é LATE? Ele é um tipo de Alzheimer? Como diferenciar essas duas doenças? Quais são os sintomas, causas, exames e tratamentos? Neste artigo completo, você vai entender tudo sobre o LATE, como ele se diferencia do Alzheimer e por que esse diagnóstico correto é tão importante. Acompanhe até o final!

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O que é o LATE?

O termo LATE foi proposto em 2019 por um grupo de especialistas em neuropatologia. A sigla significa encefalopatia límbica relacionada à idade com predomínio de TDP-43, e descreve um tipo de demência que afeta principalmente pessoas com mais de 80 anos. O LATE é caracterizado pelo acúmulo anormal de uma proteína chamada TDP-43 no cérebro, especialmente nas regiões do sistema límbico, como o hipocampo e a amígdala.

Essa proteína, que normalmente atua na regulação do RNA dentro das células, torna-se tóxica quando sofre alterações estruturais. Esse processo leva à morte de neurônios, principalmente em áreas ligadas à memória e às emoções.

O LATE é uma condição neurodegenerativa, ou seja, progride com o tempo e não tem cura. No entanto, diferentemente do Alzheimer, ele pode ter um curso clínico mais lento e não costuma afetar tanto as habilidades visuoespaciais ou a linguagem no início da doença.

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O que é Alzheimer?

A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência em todo o mundo. Estima-se que mais de 55 milhões de pessoas vivam com demência atualmente, e o Alzheimer representa cerca de 60 a 70% desses casos, segundo a OMS. Ela é caracterizada pelo acúmulo de duas proteínas tóxicas no cérebro: beta-amiloide e tau.

Essas proteínas formam placas e emaranhados que levam à destruição dos neurônios, principalmente nas áreas responsáveis pela memória, pensamento lógico e comportamento. O Alzheimer costuma surgir após os 65 anos, embora existam formas precoces, que aparecem antes dessa idade.

Os principais sintomas incluem:

  • Perda de memória recente

  • Dificuldade em encontrar palavras

  • Desorientação no tempo e espaço

  • Alterações de humor e comportamento

  • Diminuição da capacidade de julgamento e raciocínio

A progressão do Alzheimer é contínua e irreversível, com impacto profundo na vida do paciente e de seus cuidadores.

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LATE é Alzheimer?

Não. LATE não é Alzheimer, embora ambas as doenças compartilhem sintomas clínicos semelhantes, especialmente nos estágios iniciais. A grande diferença está na causa biológica das duas condições.

Enquanto o Alzheimer é causado pelo acúmulo de beta-amiloide e tau, o LATE está associado à proteína TDP-43. Além disso, o LATE tende a surgir em idades mais avançadas, com início mais lento e progressão muitas vezes menos agressiva.

É possível, inclusive, que um mesmo indivíduo apresente Alzheimer e LATE ao mesmo tempo, o que torna o quadro ainda mais grave. Estudos neuropatológicos mostram que cerca de 25 a 50% dos idosos com diagnóstico clínico de Alzheimer na verdade apresentam alterações cerebrais compatíveis com LATE, com ou sem a presença de Alzheimer.

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Principais diferenças entre LATE e Alzheimer

A tabela a seguir resume as principais diferenças entre essas duas doenças:

Característica LATE Alzheimer
Idade de início Acima de 80 anos A partir dos 65 anos (pode ser mais precoce)
Proteína envolvida TDP-43 Beta-amiloide e tau
Áreas afetadas Hipocampo, amígdala, sistema límbico Córtex cerebral em geral
Progressão Mais lenta Progressiva e contínua
Sintomas iniciais Comprometimento da memória episódica Perda de memória, linguagem e orientação
Diagnóstico preciso Exame neuropatológico pós-morte Exames de imagem, líquor e clínica
Resposta ao tratamento Limitada, similar ao Alzheimer Limitada, mas com protocolos bem definidos

Sintomas do LATE

Os sintomas do LATE podem ser difíceis de distinguir do Alzheimer, especialmente nas fases iniciais. Os mais comuns incluem:

  • Dificuldade para lembrar eventos recentes

  • Problemas com nomes e palavras

  • Alterações no humor (como apatia ou irritabilidade)

  • Dificuldade para tomar decisões

  • Comprometimento progressivo da memória de longo prazo

  • Manutenção da linguagem e habilidades visuoespaciais nas fases iniciais

Com o avanço da doença, os sintomas podem se sobrepor ainda mais aos de outras demências.

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Diagnóstico: como saber se é LATE ou Alzheimer?

Distinguir o LATE do Alzheimer durante a vida do paciente ainda é um desafio. O diagnóstico definitivo do LATE só pode ser feito após a morte, por meio da análise do tecido cerebral com coloração para TDP-43.

No entanto, alguns indícios podem levantar a suspeita clínica de LATE:

  • Pacientes muito idosos (acima de 80 anos)

  • Sintomas de demência com progressão lenta

  • Presença de alterações de memória sem as alterações típicas de Alzheimer em exames de imagem

  • Exames de líquor negativos para beta-amiloide e tau

Novas técnicas de imagem e biomarcadores estão sendo desenvolvidas para tentar identificar a TDP-43 em vida, mas ainda não estão disponíveis na prática clínica.

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LATE e outras demências

O LATE não é a única condição associada à proteína TDP-43. Essa mesma proteína está envolvida em outras doenças neurodegenerativas, como a Demência Frontotemporal (DFT) e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). No entanto, no caso do LATE, a distribuição da TDP-43 é mais restrita ao sistema límbico e ocorre tipicamente em idosos, sem os sintomas motores da ELA ou as alterações de comportamento típicas da DFT.

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Tratamento do LATE

Assim como o Alzheimer, o LATE não tem cura. O tratamento é voltado para o controle dos sintomas e melhora da qualidade de vida. As abordagens incluem:

  • Uso de medicamentos como os mesmos utilizados no Alzheimer (donepezila, rivastigmina, galantamina)

  • Acompanhamento com neurologista e equipe multidisciplinar

  • Estimulação cognitiva e atividades terapêuticas

  • Controle de doenças associadas (hipertensão, diabetes, dislipidemia)

  • Suporte ao cuidador e planejamento familiar

É importante lembrar que, como o LATE é uma entidade recente, ainda há poucos estudos clínicos específicos para seu tratamento.

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Por que é importante diferenciar LATE de Alzheimer?

Você pode estar se perguntando: se os sintomas e o tratamento são parecidos, por que importa saber se o paciente tem LATE ou Alzheimer?

A resposta é simples: um diagnóstico preciso permite planejar melhor os cuidados e evitar frustrações com tratamentos que não funcionam como o esperado. Além disso, entender que um paciente muito idoso pode ter LATE e não Alzheimer pode evitar a realização de exames caros e invasivos desnecessários.

Do ponto de vista da pesquisa científica, identificar corretamente os casos de LATE ajuda a aprimorar os estudos sobre Alzheimer, evitando misturar doenças diferentes em um mesmo grupo de pesquisa.

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A importância da conscientização sobre o LATE

Como o LATE é uma condição descoberta recentemente, muitos profissionais de saúde ainda não estão familiarizados com o termo. Por isso, é fundamental divulgar informações sobre essa doença, tanto para a comunidade médica quanto para o público em geral.

Se você tem um familiar idoso com sintomas de demência e já ouviu o diagnóstico de Alzheimer, mas percebe uma progressão muito lenta ou atípica, vale a pena conversar com o neurologista sobre a possibilidade de LATE.

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Visite outros artigos: Doença de Alzheimer

Dra Debora Vilar

CRM/AL 6908 RQE 4323 – Neurologista Maceió

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Dra. Débora Vilar

Débora Vilar, especialista em neurologia e em Distúrbios de Movimento e Cognição pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP. Realizou residência médica em Neurologia Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela (HGE-AL).

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