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AVC e as sequelas invisíveis: como o AVC afeta a cognição e o que fazer a respeito

idoso com avc

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de incapacidade no mundo. Embora muitas pessoas associem o AVC apenas à paralisia de um lado do corpo ou dificuldades na fala, há uma dimensão muitas vezes negligenciada: os impactos cognitivos. Neste artigo, você vai entender como o AVC afeta a cognição, quais funções cognitivas podem ser comprometidas, os tipos de AVC mais relacionados a esses sintomas e o que é possível fazer para reabilitar essas funções.

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O que é cognição? Cognição é um conjunto de habilidades mentais que permitem ao indivíduo perceber, processar, armazenar e usar informações. Inclui funções como:

  • Memória
  • Atenção
  • Linguagem
  • Percepção
  • Funções executivas (planejamento, organização, tomada de decisão)
  • Velocidade de processamento

Essas habilidades são essenciais para atividades cotidianas como conversar, dirigir, cozinhar, trabalhar e tomar decisões.

Como o AVC afeta a cognição? O AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido (AVC isquêmico) ou quando há sangramento cerebral (AVC hemorrágico). Essa interrupção leva à morte de neurônios na região afetada, o que pode comprometer diferentes funções cognitivas, dependendo da localização e da extensão da lesão.

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Funções cognitivas mais afetadas após o AVC

  1. Atenção: Muitos pacientes têm dificuldade para manter o foco ou dividir a atenção entre tarefas. Isso compromete atividades simples, como assistir a um filme ou seguir uma conversa longa.
  2. Memória: Problemas de memória recente são comuns, especialmente em AVCs que afetam estruturas como o hipocampo, lobo temporal ou diencéfalo.
  3. Funções executivas: Planejar, organizar ideias, resolver problemas e tomar decisões podem se tornar tarefas muito difíceis.
  4. Linguagem (Afasia): A dificuldade de compreender ou expressar a linguagem é frequente, especialmente em AVCs do hemisfério esquerdo. Pode haver dificuldade para encontrar palavras (anomia), formar frases ou entender o que se ouve.
  5. Percepção visual e espacial: AVCs do hemisfério direito podem levar à negligência espacial, em que o paciente “esquece” um lado do seu campo visual ou do seu corpo.
  6. Velocidade de processamento: Pensar e reagir com agilidade pode ser prejudicado, afetando o tempo de resposta a estímulos e decisões rápidas.

Diferença entre prejuízo cognitivo leve e demência após o AVC Nem todo prejuízo cognitivo significa demência. Muitas pessoas têm apenas uma leve dificuldade cognitiva após o AVC, conhecida como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). Já a Demência Vascular ocorre quando há prejuízo significativo que interfere na independência do paciente.

Estudos mostram que cerca de 30% dos pacientes podem apresentar demência após um AVC. Fatores como idade, escolaridade, gravidade do AVC, lesões cerebrais prévias e doenças associadas (como hipertensão e diabetes) influenciam esse risco.

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Diagnóstico do prejuízo cognitivo após o AVC Avaliar a cognição é essencial para direcionar o tratamento. O neurologista ou neuropsicólogo pode solicitar testes como:

  • Mini Exame do Estado Mental (MEEM)
  • Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
  • Testes neuropsicológicos mais detalhados, quando necessário

Essas avaliações ajudam a identificar quais funções estão mais comprometidas e traçar um plano de reabilitação individualizado.

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Tratamento e reabilitação cognitiva após o AVC A reabilitação cognitiva é um processo que visa recuperar ou compensar as habilidades mentais afetadas. Pode envolver:

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
  2. Estimulação cognitiva com neuropsicólogo
  3. Fonoaudiologia para linguagem e comunicação
  4. Tecnologias assistivas: apps de memória, organização e lembretes
  5. Medicamentos: Em alguns casos, o uso de medicações para melhorar a cognição pode ser indicado, como inibidores da colinesterase ou memantina, embora os resultados variem.

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Importância da neuroplasticidade O cérebro tem uma capacidade extraordinária de se reorganizar, chamada neuroplasticidade. Mesmo após uma lesão cerebral, é possível que outras regiões do cérebro assumam as funções da área danificada. Por isso, quanto mais cedo se iniciar a reabilitação cognitiva, maiores as chances de recuperação.

Como prevenir o declínio cognitivo após o AVC

  • Controlar fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto e tabagismo
  • Estimular o cérebro com atividades intelectuais (leitura, jogos, música, aprendizado de novas habilidades)
  • Praticar exercícios físicos regularmente
  • Manter uma dieta equilibrada, rica em antioxidantes
  • Socializar e manter vínculos afetivos

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O comprometimento cognitivo após o AVC é uma realidade comum, mas muitas vezes ignorada. Entender os sinais, buscar avaliação especializada e iniciar a reabilitação o quanto antes são passos essenciais para recuperar a qualidade de vida e a autonomia. Com o suporte adequado e intervenções direcionadas, é possível melhorar a cognição mesmo após um evento tão impactante quanto o AVC.

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Visite outros artigos: Doença de Alzheimer

Dra Debora Vilar

CRM/AL 6908 RQE 4323 – Neurologista Maceió

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Dra. Débora Vilar

Débora Vilar, especialista em neurologia e em Distúrbios de Movimento e Cognição pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP. Realizou residência médica em Neurologia Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela (HGE-AL).

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