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Neuralgia do Trigêmeo: Sintomas, Causas e Tratamentos Explicados por Neurologista (CID11 G50.0)

NEURALGIA DO TRIGEMEO

A dor que parece um choque e muda o dia a dia

Imagine sentir uma dor súbita, como se fosse um choque elétrico forte, percorrendo um lado do rosto. Essa dor pode vir do nada, durar poucos segundos e se repetir várias vezes ao dia — tornando até ações simples, como escovar os dentes, mastigar ou conversar, um desafio.
Essa é a realidade de quem sofre com neuralgia do trigêmeo, uma das dores mais intensas que o ser humano pode sentir.

Embora seja uma condição neurológica relativamente rara, a neuralgia do trigêmeo é uma causa importante de dor facial crônica e impacta fortemente a qualidade de vida. Por ser uma dor que pode se confundir com problemas odontológicos ou de ouvido, muitas pessoas passam meses — às vezes anos — sem o diagnóstico correto.

Neste texto, você vai entender o que é a neuralgia do trigêmeo, quais são suas causas, como é feito o diagnóstico e quais os tratamentos disponíveis, além de descobrir quando é hora de procurar um neurologista.

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O que é a neuralgia do trigêmeo?

O nervo trigêmeo é o quinto nervo craniano e é responsável por levar as informações de sensibilidade do rosto até o cérebro. Ele também participa de alguns movimentos, como a mastigação.
Esse nervo se divide em três ramos principais:

  1. Oftálmico (V1): região da testa, olho e parte superior do nariz.

  2. Maxilar (V2): bochechas, asa do nariz e lábio superior.

  3. Mandibular (V3): mandíbula, lábio inferior e parte lateral do rosto.

Quando há uma irritação, compressão ou dano a esse nervo, o cérebro pode interpretar sinais normais como dor — e é isso que chamamos de neuralgia do trigêmeo.

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Como é a dor da neuralgia do trigêmeo?

A dor é intensa, súbita e em choque, geralmente localizada em apenas um lado do rosto. Pode durar de frações de segundo até dois minutos, repetindo-se várias vezes ao longo do dia.

Pacientes costumam descrever como:

  • “Choques elétricos que pegam de surpresa.”

  • “Facadas no rosto.”

  • “Dor que me faz parar tudo o que estou fazendo.”

Essa dor pode ser desencadeada por estímulos aparentemente simples, como:

  • Escovar os dentes ou lavar o rosto;

  • Mastigar ou falar;

  • Sentir o vento no rosto;

  • Maquiar-se ou barbear-se.

Em períodos de crise, alguns pacientes relatam medo de comer ou de tocar o rosto, tamanha é a dor.

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Tipos de neuralgia do trigêmeo

A classificação é importante porque orienta o tratamento. A neuralgia do trigêmeo pode ser primária (clássica) ou secundária (sintomática).

1. Neuralgia do trigêmeo clássica

É o tipo mais comum. Geralmente ocorre por uma compressão vascular — ou seja, um pequeno vaso sanguíneo encosta no nervo trigêmeo dentro do crânio, irritando sua raiz.
Essa compressão provoca uma desmielinização local (perda da camada protetora do nervo), o que facilita a transmissão anormal de impulsos elétricos e gera a dor típica.

2. Neuralgia do trigêmeo secundária

Neste caso, o problema é consequência de outra doença, como:

  • Esclerose múltipla, que afeta a bainha de mielina;

  • Tumores cerebrais (como schwannomas ou meningiomas);

  • Malformações vasculares;

  • Traumas ou cirurgias prévias na região do crânio ou face.

Por isso, é fundamental realizar exames de imagem para diferenciar as causas.

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Como é feito o diagnóstico da neuralgia do trigêmeo

O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado na história e descrição da dor. O neurologista faz perguntas detalhadas sobre:

  • Localização e tipo da dor;

  • Fatores desencadeantes;

  • Frequência e duração das crises;

  • Presença de outros sintomas (como dormência ou fraqueza facial).

O padrão típico — dor unilateral, em choque, de curta duração e desencadeada por estímulos leves — já levanta alta suspeita.

Mas, para descartar causas secundárias, o neurologista solicita exames, principalmente:

  • Ressonância magnética de crânio, preferencialmente com contraste e protocolo específico para o nervo trigêmeo;

  • Em alguns casos, angio-ressonância para avaliar possíveis compressões vasculares.

Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e planejar o tratamento adequado.

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Neuralgia do trigêmeo x outros tipos de dor facial

Nem toda dor no rosto é neuralgia do trigêmeo. É comum a confusão com:

  • Dor de dente ou abscessos dentários;

  • Sinusites;

  • Disfunção da articulação temporomandibular (ATM);

  • Cefaleias em salvas ou enxaquecas faciais.

A diferença está na natureza da dor.
A dor da neuralgia do trigêmeo é em choque e de curta duração, enquanto as outras costumam ser mais contínuas e latejantes.

Por isso, muitos pacientes passam por dentistas e otorrinos antes de chegarem ao neurologista — e o diagnóstico correto costuma ser um grande alívio.

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Quando procurar um neurologista

Você deve procurar avaliação neurológica se:

  • Sente dores faciais intensas e repentinas, que lembram choques elétricos;

  • A dor aparece sempre no mesmo lado do rosto;

  • gatilhos claros, como mastigar ou tocar o rosto;

  • O dentista já avaliou e não encontrou causa odontológica;

  • As crises estão aumentando em frequência ou intensidade.

O neurologista é o profissional capacitado para identificar se a dor é realmente neuralgia do trigêmeo e indicar o tratamento mais adequado.

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Tratamento da neuralgia do trigêmeo

O tratamento depende da causa, mas o objetivo principal é controlar a dor e evitar as crises.
A boa notícia é que há opções eficazes e, na maioria dos casos, é possível recuperar a qualidade de vida.

1. Tratamento medicamentoso

É o primeiro passo e costuma trazer bons resultados.
Os medicamentos mais usados são anticonvulsivantes, que atuam estabilizando a atividade elétrica dos nervos. Os principais são:

  • Carbamazepina (o mais utilizado e eficaz em muitos casos);

  • Oxcarbazepina;

  • Gabapentina;

  • Pregabalina;

  • Baclofeno (em alguns casos associados).

O acompanhamento médico é essencial, pois as doses precisam ser ajustadas e é necessário monitorar possíveis efeitos colaterais.

2. Tratamentos minimamente invasivos

Quando os medicamentos não são suficientes ou causam efeitos adversos importantes, existem procedimentos que podem ajudar:

  • Injeções percutâneas para bloquear o nervo trigêmeo com substâncias que reduzem a dor;

  • Radiofrequência, que utiliza calor controlado para modular o nervo e aliviar a dor;

  • Injeção de glicerol ou balonização do gânglio trigeminal.

Esses métodos são realizados por neurocirurgiões com experiência em dor facial e costumam ter bons resultados.

3. Cirurgia de descompressão microvascular

Indicada principalmente para os casos de neuralgia clássica causada por compressão vascular.
O neurocirurgião realiza uma pequena abertura no crânio para afastar o vaso sanguíneo que está tocando o nervo e coloca um material de proteção entre eles.
É um procedimento delicado, mas que pode oferecer melhora significativa e duradoura da dor.

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E se a dor voltar?

A neuralgia do trigêmeo pode ter períodos de remissão — em que a dor desaparece por meses ou anos — e depois retornar.
Nesses casos, o tratamento deve ser reavaliado. Às vezes, o ajuste medicamentoso é suficiente; em outros, pode ser indicada uma nova abordagem.

A boa notícia é que os avanços nos tratamentos têm permitido um controle cada vez mais eficaz da dor, e o acompanhamento regular com o neurologista é o que faz diferença.

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Aspectos emocionais e qualidade de vida

Viver com uma dor tão intensa pode gerar ansiedade, medo e até depressão.
É comum o paciente evitar sair de casa, conversar ou se alimentar normalmente, com receio de desencadear uma crise.

Por isso, o cuidado deve ser integral. Além do tratamento neurológico, pode ser necessário suporte psicológico e acompanhamento multidisciplinar.
Quando a dor é controlada, a pessoa volta a realizar suas atividades e retoma o bem-estar e a autoconfiança.

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Avanços recentes e perspectivas

Nos últimos anos, pesquisas têm buscado entender melhor a fisiopatologia da neuralgia do trigêmeo e aprimorar os tratamentos.
Alguns avanços incluem:

  • Novas técnicas de imagem que permitem identificar com precisão o ponto de compressão do nervo;

  • Procedimentos guiados por neuronavegação, com maior segurança e eficácia;

  • Novos medicamentos moduladores de canais iônicos, que prometem menos efeitos colaterais;

  • Estimulação cerebral profunda (DBS), em casos muito refratários, com resultados promissores em centros especializados.

Esses avanços reforçam que a neuralgia do trigêmeo, embora dolorosa, tem tratamento e esperança de melhora real.

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Conclusão: dor no rosto não deve ser normalizada

A neuralgia do trigêmeo é uma condição neurológica que provoca uma das dores mais intensas conhecidas, mas o diagnóstico e o tratamento corretos transformam a vida do paciente.
Ignorar a dor ou tratá-la apenas com analgésicos comuns não resolve o problema e pode atrasar o controle adequado.

Se você sente choques ou dores repentinas no rosto, não hesite em procurar um neurologista. O reconhecimento precoce e o acompanhamento especializado permitem identificar a causa, controlar as crises e devolver a qualidade de vida.

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Visite outros artigos: Doença de Alzheimer

Dra Debora Vilar

CRM/AL 6908 RQE 4323 – Neurologista Maceió

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Dra. Débora Vilar

Débora Vilar, especialista em neurologia e em Distúrbios de Movimento e Cognição pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP. Realizou residência médica em Neurologia Hospital Geral do Estado Professor Osvaldo Brandão Vilela (HGE-AL).

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